Máscaras da Morte
Dores da Alma
Inspirada pelo conto de Edgar Allan Poe, Fátima Beira investiga, nesta série de sete aquarelas, os limites entre o corpo, o tempo e o invisível. Em Máscaras da Morte (2025), cada pintura encarna uma presença silenciosa — rostos imóveis que evocam tanto a finitude quanto o enigma do que permanece após o fim. As obras, intituladas A morte, A tragédia, Bailarina Misteriosa, Fantasma, Fragmentos e Prenúncio da morte, traduzem em sombras e sutilezas cromáticas o peso da ausência. Com traços contidos e uma paleta que varia do sépia nebuloso ao vermelho carnal, a artista convida o espectador a confrontar a fragilidade da existência e o silêncio profundo do desconhecido.
"Dores da Alma" confronta as cicatrizes gravadas no tecido da alma — traumas, sonhos não realizados e a persistência silenciosa de nossos eus passados — enquanto traça o frágil surgimento da resiliência. As cores dialogam em contrastes emocionais (o dourado da esperança contra o azul da serenidade, a escuridão que cede à luz), e as formas se dissolvem como identidades em fluxo. O corpo torna-se um palimpsesto de vivências; as manchas de aquarela, como memórias que permeiam o tempo.
Inspirada pelo espaço liminar entre arte e ciência, destruição e cura, esta série celebra a vulnerabilidade como força silenciosa. Convida o espectador a testemunhar a poesia do efêmero: onde feridas se transformam em sabedoria, fraturas sugerem renascimento, e o próprio ato de criar torna-se uma terna resistência ao desespero.
Mais do que uma exposição da dor, esta série é um ode à alquimia que transforma sofrimento em arte — e um testemunho da coragem de habitar, sem medo, as profundezas do que nos faz humanos.
Soul Pains Series
This series is an intimate cartography of the human experience, mapping the terrain where anguish and beauty coexist. Through the fluidity of watercolor—a medium that breathes with transparency, layering, and delicate erosion—each work explores the duality of our inner landscapes: joy and sorrow, fragmentation and wholeness, memory and oblivion.
"Soul Pains" confronts the scars etched into the soul’s fabric—traumas, unrealized dreams, and the quiet persistence of past selves—while tracing the fragile emergence of resilience. Colors converse in emotional contrasts (golden hope against blue serenity, darkness yielding to light), and forms dissolve like identities in flux. The body becomes a palimpsest of lived experience; watercolor stains like memories that seep through time.
Inspired by the liminal space between art and science, destruction and healing, these pieces honor vulnerability as a silent strength. They invite viewers to witness the poetry of impermanence: where wounds transform into wisdom, fractures hint at rebirth, and the act of creation itself becomes a tender defiance against despair.
This series is not merely an exhibition of pain—it is an ode to the alchemy that turns suffering into art, and a testament to the courage of dwelling, unflinchingly, in the depths of what makes us human.






